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domingo, 8 de abril de 2012

Bloody Mary

Em 1978, o especialista em folclores, Janet Langlois, publicou nos Estados Unidos uma lenda que até hoje aterroriza os jovens do mundo inteiro, principalmente da América. Trata-se de Bloody Mary, conhecida também como A Bruxa do Espelho, um espírito vingativo que surge quando uma jovem, envolta em seu cobertor, sussurra, à meia-noite, iluminado por velas. diante do espelho da casa de banho banho, 13 vezes as palavras Bloody Mary.
Segundo a lenda, o espírito de uma mulher cadavérica surge refletido no espelho e mata de forma sangrenta e violenta as pessoas que estão na casa de banho. Há quem diga que Mary foi executada há cem anos atrás por praticar as artes negras, mas há também uma história mais recente envolvendo uma bela e extremamente vaidosa adulescente que, devido a um terrível acidente de automóvel, ficou com a face completamente desfigurada. Sofrendo muito preconceito, principalmente de seus amigos e familiares, ela decidiu vender a alma ao diabo pela chance de se vingar dos jovens que cultivam a aparência.
Muitos confundem a lenda da bruxa do espelho com a história da Rainha Maria Tudor (Greenwich 1516 – Londres 1558), filha de Henrique VIII e de Catarina de Aragão. Tendo se tornado rainha em 1553, esforçou-se para restabelecer o catolicismo na Inglaterra. Suas perseguições contra os protestantes valeram-lhe o cognome “Maria, a Sanguinária” (Bloody Mary).
Em 1554, desposou Filipe II da Espanha. Essa união, que indignou a opinião pública inglesa, ocasionou uma guerra desastrosa com a França, que levou à perda de Calais (1558). Dizem que a Rainha, para manter a beleza, tomava banho com sangue de jovens garotas, mas é um fato não confirmado em sua biografia. No princípio da década de 70, muitos jovens tentaram realizar o ritual pois era comum nas casas suburbanas a presença de longos espelhos nas casas de banho banho sem janelas (pouca iluminação). Há um caso famoso de uma jovem nova-iorquina que dizia não acreditar na lenda, mas após realizar a “mórbida brincadeira”, levou um empurrão (é o que os familiares dizem), quebrou o lavatório e foi encontrada em estado de coma.
A jovem ainda vive nos EUA, mas sua identidade é um sigilo absoluto. Por que ainda hoje as crianças racionais continuam a chamar pela Bloody Mary, arriscando a vida diante de uma possível tragédia? O escritor Gail de Vos traz-nos uma explicação: “As crianças com idade entre 9 e 12 anos vivem numa fase que os psicólogos chamam de síndrome de Robinson. Este é o período em que as crianças precisam satisfazer seus desejos por aventura, arriscando-se em rituais, jogos e em brincadeiras no escuro. Eles estão constantemente procurando um modo seguro de extrair prazer e desafiar seus medos.
É possível que essas crenças em bruxas do espelho tenham a sua origem nos velhos tempos, através das simpatias envolvendo jovens solteiras e futuros maridos. Há muitas variações desses rituais em que as jovens solteiras cantavam rimas diante dos espelhos e olhavam de súbito pois seria possível ver o reflexo do homem com quem vão casar. Já o conceito de espelhos como o portal entre o mundo da realidade e o sobrenatural também veio de épocas remotas. Antigamente, era comum cobrir os espelhos de uma casa em que uma morte tenha acontecido até o corpo ser levado para o enterro. Dizem que se por relance o corpo passar diante de algum espelho, o morto permaneceria na casa, pois o espelho apoderar-se-ia do seu espírito.
Filmes: Na produção de 1992 chamada Candyman, um espírito vingativo surge após seu nome ser chamado 5 vezes diante de um espelho. Já no filme Lenda Urbana, dois jovens brincam diante de um espelho e chamam pela Bloody Mary, mas ela não aparece.
Fonte: Tenha Medo
Muitas pessoas, afirmam que a Bloody Mary foi criada de uma pessoa que realmente existiu, e a maioria diz que é baseado na história de uma rainha da Inglaterra, a Mary I. Veja a história dela, e de como foi seu trágico fim:
HISTÓRIA DE MARY I
Nascida em 18 de Fevereiro de 1516 e falecida em 17 de Novembro de 1558, foi Rainha de Inglaterra e da Irlanda, da casa de Tudor, desde 19 de Julho de 1553 até à sua morte. É lembrada pela sua tentativa de restabelecer o catolicismo como religião oficial, depois do movimento protestante iniciado nos reinados anteriores. Para tal mandou perseguir e executar cerca de 300 alegados heréticos, o que lhe valeu o cognome Bloody Mary (Maria, a Sanguinária) apelido esse que é tido como injusto por maioria dos historiadores. Muitas das suas iniciativas políticas nesta esfera foram no entanto abandonadas pela sua sucessora e irmã Isabel I.
Quando jovem, foi muito precoce aprendendo tudo mais rápido que sua irmã, também era poliglota e gostava de fazer bem ao seu povo, o único porém era o casamento dos seus pais, que não ia nada bem:
Desde 1527, Henrique VIII procurava anular seu casamento, com o objetivo de casar com Ana Bolena, que parecia mais apta para produzir um filho varão. Todos os apelos para Roma falharam, não deixando a Henrique outra alternativa senão o decreto unilateral da anulação. No início de 1533, Thomas Cranmer, Arcebispo da Cantuária, declarou o casamento com Catarina de Aragão inválido, tornando legítimo o recente casamento com Ana Bolena. Para evitar um apelo de Catarina ao Papa, a Inglaterra cortou relações com o Vaticano e Henrique VIII foi declarado chefe na nova Igreja Anglicana. Para Maria, estes eventos tiveram consequências drásticas. De princesa de Inglaterra e herdeira da coroa, passou a ser considerada filha ilegítima com direito apenas ao tratamento de Lady Mary ou Lady Maria. Com a dissolução da corte de Ludlow, Maria tornou-se aia da sua irmã recém nascida Isabel. Foi ainda afastada da sua mãe, proibida de a visitar e, em 1536, de assistir ao seu funeral. Esse tratamento a traumatizou fortemente e foi interpretado como injusto na Inglaterra e no resto da Europa, contribuíndo para a crescente impopularidade de Ana Bolena.
Eduardo VI morreu em 1553, enquanto Maria se encontrava ausente de Londres. O seu testamento excluía Maria e Isabel da sucessão, privilegiando Joana Grey, bisneta deHenrique VII de Inglaterra por via feminina e nora do Duque de Northumberland, o regente e conselheiro de Eduardo VI. Estas disposições contrariavam o Acto de Sucessão de1544, que determinava que Maria deveria suceder a Eduardo, caso este morresse sem descendência. No entanto, Joana Grey foi proclamada rainha a 9 de Julho, apesar da forte contestação popular.
Maria sempre fora estimada pelo povo pelo tratamento injusto que sofrera e contava com o apoio de alguns nobres, até mesmo de alguns protestantes fiéis a dinastia Tudor. Apenas nove dias depois, o Parlamento revogava o testamento de Eduardo VI, considerado feito sob coerção, e declarava Maria Rainha de Inglaterra e da Irlanda. A nova monarca entrou em Londres a 3 de Agosto, acompanhada pela irmã Isabel, e de sua amiga Ana de cleves sob aclamação popular.
Maria foi coroada rainha na Abadia de Westminster a 1 de Outubro de 1553. O serviço foi efectuado pelo Bispo de Winchester, Stephen Gardiner, e não pelo Arcebispo da Cantuária, visto que o último era Protestante.
Ao assumir o trono, Inglaterra se encontrava em grande corrupção, a rainha chocada com tamanhos desvios ordenou a diminuição das despesas da casa real. Maria reduziu os impostos, a redução deixou a renda mais baixa que a despesa, então a rainha criou direitos aduaneiros sobre a importação de fazendas e taxou a importação de vinhos franceses. Entretanto as medidas que pretendiam ajudar aos mais pobres, provocaram a retração comercial. Maria criticou a Alta Burguesia (comerciantes ricos) por pagar baixos salários aos seus empregados, e proibiu terminantemente o salário em espécie. Porém a monarca não estava cercada de bons elementos e muitas de suas ordens não chegaram a ser cumpridas. Maria emitiu moedas de prata finas e planejou uma planta para retirar as moedas rebaixadas que vieram a ser usufruídas em 1560-61, no reinado de sua irmã Isabel Tudor, também incluiu um novo livro das taxas foi introduzido no fim de seu reinado em 1558.
Maria também teve um grande trabalho na via diplomática, em seu reinado, a Rússia entrava em contato com a Inglaterra. A rainha pela primeira vez recebeu em sua corte o embaixador russo Osep Nepeja. Em 1555, uma carta patente foi emitida à Muscovy company que dava direito de trocas exclusivas na região, expedições adicionais foram feitas em 1556, em 1568 e em 1580. Ainda nesse ramo, novas rotas de comércio para o pano inglês foram abertas em África – especialmente em Marrocos, que forneceu o açúcar e o salitre, e na Guiné, uma fonte de ouro.
MORTE DE MARY I
Em seus últimos dias Maria estava deprimida pelo abandono do marido, possíveis conspirações de sua irmã e sua baixa popularidade, passava horas e horas com os joelhos perto do queixo e andava pela corte como um fantasma.
Maria morreu em Novembro de 1558, provavelmente de cancro do útero ou dos ovários, e foi sucedida pela sua irmã a princesa Isabel, que acreditava ter conseguido converter ao Catolicismo. Foi sepultada na Abadia de Westminster, onde, mais tarde, Isabel juntar-se-lhe-ia.[4] Na inscrição da sua tumba comum lê-se Parceiras no Trono e Sepultura, aqui descansam duas irmãs, Maria e Isabel, na esperança de uma ressurreição. conjunta.[5]
Maria certamente é uma figura trágica, tinha uma infância dourada, até que os atos de seu próprio pai a traumatizaram profundamente. Tem uma má fama devido a propaganda protestante, já que ela foi uma rainha católica, entretanto seus atos não foram mais ou menos cruéis do que os de seu pai Henrique VIII e irmãos Eduardo VI e Isabel I. Definitivamente há muito mais no reinado de Maria Tudor do que as perseguições pelas quais ela é tão julgada, ela deu sequência a um trabalho que seria concluído brilhantemente por sua irmã depois dela.
O historiador Will Duran se refere a Maria I: “Em relação a Maria I, pode-se dizer algumas palavras complacentes. Dor, doença e muitas injustiças sofridas deformaram seu espírito. Sua clemência deu origem à crueldade só depois que conspirações tentaram retirar a sua coroa. Seguiu o conselho da igreja de confiança, que tinha sofrido perseguições e buscava vingança. Ao final, penso eu, com as performances, estava cumprindo suas obrigações para com a religião que ela amava como uma razão para sua própria vida. Ela não merece o apelido de “Blood Mary”, a menos que o adjetivo seja aplicado a todos de seu tempo; adjetivo que resume o caráter de forma errada, já que havia muito amor. Embora pareça estranho, é notável que ela tem tomado a frente o trabalho do pai [Henry VIII], para separar a Inglaterra de Roma. Ela mostrou ao país que era ainda da igreja católica a pior característica que era servida. Quando ela morreu, a Inglaterra estava mais preparada do que nunca para aceitar a nova fé que ela se esforçou para destruir.”

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Igor Pinatti

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